As traças são um bom exemplo de como nomes populares podem designar espécies diferentes e causar confusões.
Pelo nome comum de “traça” atendem alguns grupos de insetos bastante diferentes entre si como os tisanuros (as conhecidas traças dos livros) e algumas espécies de lepidópteros (insetos da mesma ordem das borboletas e mariposas) que atacam roupas e mesmo grãos armazenados.
Porém, graças a Carl von Linné, criador do sistema binomial de classificação dos seres vivos, que esta bagunça teve fim.
Hoje cada espécie é designa por um nome genérico, o qual está relacionado a características coletivas, e um específico, que expressa características peculiares.
Não é à toa que ele foi considerado o “Pai da Taxonomia”, né? Seu sistema permite organizar melhor o conhecimento biológico ao “codificar” as nomenclaturas populares
Mas, não deixemos as traças às traças. Voltando ao nosso assunto principal que tal conhecer um pouco mais a fundo estes animais?

Pode-se dizer de maneira genérica que as traças que tem importância como pragas são todas insetos, ou seja, pertencem à Classe Insecta.
Porém estão em diferentes ordens. As traças dos livros pertencem à ordem Thysanura, enquanto as traças das roupas e dos grãos armazenados estão classificadas em outra ordem de insetos, a ordem Lepidoptera.
Este grupo foi extremamente bem sucedido durante sua evolução, o que o tornou o mais diverso e mais abundante grupo de artrópodes.
Você acha que nós humanos é que dominamos a Terra? Ledo engano, meu caro, a Classe Insecta é que é considerada o grupo dominante no planeta, além de o que comporta o maior número de espécies.
Vivem aqui há cerca de 400 milhões de anos, sendo que os grupos mais recentes têm “apenas” 200 milhões, o que é muito, mas muito mais tempo mesmo que os humanos, que estão aqui tão somente a 2 milhões de anos!
Além de estarem entre os animais terrestres mais abundantes, os insetos também estão amplamente distribuídos por todo o mundo.
Aonde quer que você esteja, os insetos estão presentes, com exceção dos mares,
o segredo de todo este sucesso reside em algumas “inovações” que apareceram durante a história evolutiva deste grupo, como o exoesqueleto, apêndices articulados e asas.
Estas permitiram a exploração dos mais diversos ambientes.
Cabeça (onde estão localizadas as antenas, olhos compostos, ocelos quando presentes e aparelho bucal);
Tórax (onde encontramos três pares de pernas e dois pares de asas, que podem ou não estar presentes);
Abdômen (onde se encontra o aparelho genital).
As traças dos livros, também chamadas de traças prateadas, pertencem à Ordem Thysanura, esta ordem é considerada uma das ordens mais primitivas entre os insetos, pois está no grupo dos Apterygota, ou seja, insetos que não possuem asas.
Hoje em dia ainda existem poucos estudos sobre a biodiversidade deste grupo de insetos. As espécies mais comuns encontradas no Brasil são Lepisma saccharina, Acrotelsa collaris e Ctenolepisma ciliata.
Os tisanuros são insetos que se alimentam de substâncias ricas em proteínas, açúcar ou amido.
São muito comuns em residências, onde podem causar alguns estragos pelo ataque aos papéis que contenham cola, como papel de parede, livros encadernados, entre outros.
Dificilmente as traças dos livros atacam roupas de lã e outros produtos que sejam de origem animal.
Seu jeitão lembra um peixinho prateado, daí a origem de seu nome popular em inglês: "silverfish". As espécies geralmente encontradas nas residências têm essa coloração cinza prateada devido às suas escamas.
Seu tamanho varia de 0,85 a 1,3 cm, mas isso depende da espécie e do estágio de desenvolvimento em que ela se encontra.
As traças dos livros têm o corpo alongado. Apresentam em sua extremidade abdominal um par de cercos e o filamento mediano bastante compridos.
Foram estas estruturas que ajudaram a dar nome a esta Ordem de insetos: thysanus vem do grego e quer dizer franja e oura, também do grego, significa cauda.
Na cabeça encontra-se o aparelho mastigador, no qual temos mandíbulas que se articulam com a cápsula cefálica em dois pontos.
Em função deste fato os tisanuros pertencem ao grupo Dicondylia, como a quase totalidade dos animais da classe Insecta.
A única ordem de insetos que pertence ao grupo Monocondylia (um único ponto de articulação entre a mandíbula e a cápsula cefálica) é um parente muito próximo das tisanuros, os Archeognatha.
Em relação ao desenvolvimento, as traças jovens são muito parecidas com as adultas, a não ser por serem menores e não estarem sexualmente maduras.
Por esta razão dizemos que elas apresentam ametabolia. Isto quer dizer que elas se desenvolvem diretamente, sem sofrer metamorfose.
Em outras palavras, a forma que apresentam quando nascem se mantêm praticamente a mesma durante o seu desenvolvimento até a fase adulta, na qual há a formação completa do aparelho genital.
Então, resumindo, o ciclo de vida de uma traça dos livros é assim: do ovo sai uma forma jovem que sofre muda várias vezes, até atingir a fase adulta. A cada muda o indivíduos cresce em tamanho.
Após sair do ovo, a traça passa por várias mudas, durante cerca de 3 meses até atingir o estágio adulto. O tempo de desenvolvimento pode variar, mas, em nossas condições climáticas, é de aproximadamente um ano, sua longevidade chega a 8 anos !!!!
Um detalhe curioso neste grupo é a reprodução. O macho libera no solo uma espermatóforo (uma espécie de cápsula que contém os esperma) e a fêmea a pega e introduz em sua abertura genital.
As traças apresentam hábitos noturnos, mesmo em lugares desabitados: são ativas à noite e se escondem durante o dia, evitando contato direto com a luz
Assim, quando você acender a luz de algum aposento na sua casa, pode ser que veja alguma traça correndo para se esconder em frestas ou atrás de móveis e quadros...
De fato, algumas espécies vivem nas habitações humanas, porém, você também pode encontrar espécies de traças em cavernas, no meio de detritos, embaixo de pedras e folhas, e até em formigueiros e cupinzeiros!
Em geral, elas vivem em locais bastante úmidos, embora existam também espécies que preferem locais mais secos.
Os principais predadores das traças são as aranhas, besouros carabídeos e miriápodes. Estes fazem o controle biológico das traças em ambiente natural.
As traças dos livros podem causar grandes estragos a livros e papéis. Elas são as pragas mais comuns presentes nas bibliotecas e, quando encontradas, é necessário realizar um controle periódico.
A alimentação das traças resulta em áreas irregulares no papel, que exibem “manchas finas” características.
Traças das roupas e da parede: aspectos gerais
As traças das roupas são pequenas mariposas que fazem parte da Ordem Lepidoptera, particularmente à família Tineidae.
Os prejuízos causados por tineídos se restringem à poucas espécies que tem sistema digestivo complexo e capaz de digerir queratina.
Esta proteína se encontra presente em lã, peles, chifres, penas e cabelos. Desta forma, estes insetos são aptos a atacar roupas de lã, tapetes, pelos, cabelo, peles, penas, seda e outros produtos animais.
Dentro deste grupo seleto encontramos a traça das roupas,Tineola biselliela. Todavia, devemos destacar a maioria das larvas dos tineídeos se alimenta de fungos.
Os tineídeos constituem uma família considerada moderadamente grande. Os indivíduos são geralmente pequenos, de asas estreitas e de cor escura, variando do marrom ao cinza.
Os adultos medem aproximadamente 1,2-1,5 cm de comprimento. Apresentam na cabeça tufos de pelos avermelhados e as antenas são um pouco mais escuras do que o resto do corpo.
Além disso, voam pouco e não são atraídas pela luz, e por isso são encontradas em locais escuros, como armários e gavetas.
Em geral, as fêmeas depositam de 40 a 50 ovos em um período de 2 a 3 semanas, e morrem logo depois.
Os ovos possuem um tipo de secreção adesiva, e ficam grudados nas fibras dos tecidos das roupas, só esperando para poder atacá-las.
As larvas podem sofrer de 5 a 45 mudas, o que vai depender da temperatura ambiente e do tipo de alimento disponível.
Elas são esbranquiçadas, com cabeça escura e tecem um casulo enquanto se alimentam (o estojinho sobre o qual falamos acima!).
A alimentação, como vimos no início, é das mais variadas. Roupas usadas, sujas de bebidas, comida, suor ou urina, além daquelas que ficam guardadas por muito tempo, são as mais atacadas.
Uma curiosidade: as fezes das larvas das traças das roupas têm a mesma cor das fibras dos tecidos que elas comeram.
Como todo lepidóptero, as formas jovens destas traças são lagartas, em algumas espécies como a Phereoeca uterella (antiga Tineola uterella), as lagartas podem ficar protegidas por um estojinho chato, com formato de losango.
Você já deve ter encontrado alguma delas em casa, grudadas em locais, como paredes ou móveis.
Este estojinho que protege a lagarta é aberto em ambas as extremidades, e permite que a lagarta se movimente pelas superfícies em que está aderida. Ao andarem arrastam o estojo pela superfície.
Tinea pellionella tem um comportamento semelhante a P. uterella, pois também produz um espécie de “casulo” onde a larva fica abrigada.
Este estojo é feito com fios de seda secretados pela larva, com os quais une detritos do material no qual se alimenta, a pupa deste tineídeo fica abrigada neste estojo até a emergência do adulto.
Tineola biselliela, a traça das roupas, é uma mariposa pequena (12 a 16 mm) e suas larvas não formam estojos de proteção.
Originalmente está associada a ninhos de outros animais, como mamíferos, aves, abelhas, formigas e vespas.
Porém, esta espécie adaptou-se bem às condições criadas em vários ambientes como os ligados à indústria têxtil, de tapetes, de cerdas de origem animal para escovas ou pincéis, domicílios, entre outros.
Os danos causados por este tineídeo são causados exclusivamente pelas larvas durante sua alimentação, pois os adultos desta espécie não se alimentam.
Uma fêmea tem a capacidade de gerar cerca de 200 ovos, morrendo em seguida, enquanto o macho pode viver cerca de 28 dias.
A seleção do local para ovipor é bastante criteriosa, fazendo parte de uma estratégia da espécie para se assegurar que as larvas tenham boas chances de sobrevivência.
Locais escuros e com pouca movimentação são os preferidos para a instalação dos ovos e é por isso que adoram depósitos de fabricas de tecidos e roupas esquecidas em armários pouco usados.
Um alerta: as más- condições de higiene nas residências são fundamentais para a permanência destas mariposas.
Atualmente, são conhecidas 580 espécies de Thysanura, e destas, apenas algumas poucas espécies causam algum dano ao homem.
Os tisanuros possuem espécies onívoras (que se alimentam de todo o tipo de substrato) e algumas espécies herbívoras.
Estas últimas podem ser encontradas sob folhas, cascas de árvores, madeiras podres ou em ninhos de formigas e cupins.
Este grupo não apresenta espécies economicamente importantes (do ponto de vista de prejuízos econômicos ou à saúde).
Apenas algumas espécies frequentam o ambiente doméstico e podem ocasionar danos a livros e outros materiais.
Os lepidóptera são o segundo grupo de inseto mais rico em número de espécies (diversidade), perdendo apenas para os Coleoptera (besouros).
Apresentam 146 mil espécies registradas, mas se estima que estas cheguem a 255 mil. Algumas espécies apresentam importância econômica por atacarem plantações ou estoques de alimentos.
No caso específico de danos em ecossistemas de armazenamento destacam-se espécies da família Pyralidae e Gelechiidae.
A primeira família apresenta cerca de 1200 espécies descritas, enquanto a segunda apresenta cerca de 4500.
Porém, o número de espécies praga destas famílias nestes ambientes é bem pequeno, provavelmente não chegando a 10 espécies.
Já as traças das roupas são lepidópteros pertencentes à família Tineidae, que possui cerca de 3000 espécies, das quais apenas algumas causam algum dano ao homem, por danificar as roupas.
É quase impossível evitar o aparecimento de traças em bibliotecas, e para isso elas podem usar estratégias dignas de filmes de espionagem!
Elas são muito comuns em caixas de papelão e colocam seus ovos nas ondulações dessas caixas, uma das áreas favoritas para a oviposição.
Apesar de não comerem de fato a caixa de papelão, elas se alimentam da cola usada nessas caixas.
Com cada caixa que chega à biblioteca, chega também uma nova leva de traças e seus ovos,que podem se espalhar a procura de fonte de alimento: os livros correm perigo!
Algumas espécies de traças das roupas que pertencem ao gênero Lepisma podem viver de dois a três anos e meio, já espécies de Ctenolepisma apresentam uma longevidade um pouco maior, de 7 a 8 anos.
Essa é para você que não gosta de bichos de estimação tradicionais como cães e gatos: as traças dos livros podem fazer parte sua da família por um bom tempo! Mas, cuidado: você deve estar preparado.
Não pense que serão apenas uma ou duas tracinhas que lhe farão companhia enquanto estiver em casa: as traças dos livros podem botar de 1000 a 3500 ovos durante sua vida (!) depositando dois a três deles diariamente.
Como vimos anteriormente, as traças se alimentam de produtos que possuam bastante carboidratos e proteínas, e isto inclui materiais como papel, cola e papel de parede, que estão entre os pratos preferidos das traças.
Porém, elas também se alimentam de tecidos feitos de fibras de plantas, como linho, seda vegetal e algodão, às vezes até podem infestar farinha e outros produtos provenientes de cereais!
Em geral, a cola e os corantes são os materiais atraentes que estão presentes no papel. Para algumas traças, o prato preferido é o papel celofane, enquanto jornais, papel cartão, cartolina e papel pardo não são muito agradáveis para elas, e por isso não são atacados.
Não são só as traças dos livros que podem causar prejuízos aos livros, larvas de besouros de várias espécies atacam livros também, e são conhecidos em inglês como “bookworms”.
Algumas larvas de besouros se alimentam da cola presente nos livros, outras são conhecidas por escavar as páginas dos livros e, numa prateleira, podem passar de um livro para o outro logo ao lado cavando seu túnel!
Alguns exemplos são o chamado besouro do tabaco (Lasioderma serricorne) e o caruncho do pão (Stegobium paniceum) – conhecido em inglês como “drugstore beetle”, ou besouro de farmácia.
Além deles, temos também os chamados psocídeos (ordem Psocoptera), conhecidos como piolhos dos livros, e você que achava que piolhos só se encontrava em cabelo hein!
Estes curiosos insetos tem distribuição mundial e são minúsculos (tem de 1 a 2 mm de comprimento!), muitos não tem asas e são encontrados infestando livros e produtos de papel, além de produtos que sejam ricos em amido.
Porém o dano que são capazes de causar é insignificante. Também podem ser chamados de pulgas de papel, mas, ao contrário das pulgas verdadeiras, não picam.
Eles se alimentam de fungos microscópicos (mofo) presentes no papel, quando este se encontra em ambiente úmido.
O pesquisador Francisco José Zorzenon, do Instituto Biológico de São Paulo, dá uma receita de isca para combater as traças dos livros.
Ela é feita com os seguintes ingredientes: 5 partes de goma arábica, 4 partes de farinha de trigo, 6 partes de açúcar e 40 partes de água.
Deve-se misturar até formar uma massa homogênea e colocar o conteúdo em pequenos recipientes (tampinhas, por exemplo) nas áreas infestadas.
Porém, ele ressalta: “Esta isca é eficiente em baixas infestações, ou como complemento após a desinsetização.”
Traças no ambiente urbano. Francisco José Zorzenon. Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Instituto Biológico, SP. Disponível em:
<http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=68>
Acesso em: 26 fevereiro 2010.
Coletânea Insetos do Brasil. Ângelo Moreira da Costa Lima. 1° Tomo, Capítulo III (Thysanura). Disponível em:
<http://www.acervodigital.ufrrj.br/insetos/insetos_do_brasil/conteudo/tomo_01/03_thysanura.pdf>
Acesso em: 26 fevereiro 2010.
Entomologia Didática. Zundir José Buzzi. 4ª edição. Curitiba, Editora UFPR, 2002.
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